16/09/2020

Nazaré

A resposta ao desafio anterior  era Alenquer. Foi lá que segundo a lenda aconteceu o milagre e é lá que se encontra aquela placa comemorativa. De resto Alenquer, foi uma das 4 localidades que a rainha recebeu em dote em Abril de 1281, já casada  por procuração com o rei D. Dinis, embora tivesse apenas 11 anos. A boda presencial seria celebrada em Trancoso a 26 de Junho de 1282.

As outras 3 localidades foram Óbidos, Abrantes, e Porto de Mós. Posteriormente viriam a ser-lhe atribuídas muito mais. Parabéns Manu e Ailime


                          

 


Segundo a lenda, Nazaré deve o seu nome a uma imagem da Virgem de Nazareth na Palestina, que um monge grego terá trazido no séc. IV para o mosteiro de Cauliana, perto de Mérida. No ano 711 após a batalha de Guadalete, em que os muçulmanos derrotaram os cristãos, e  D. Rodrigo, o último rei visigodo da Península Ibérica, consegue fugir e chega ao mosteiro, quando os monges, sabedores da vitória dos muçulmanos se aprestavam a abandoná-lo. Um dos monges, Frei Romano decide acompanhar D. Rodrigo na fuga, trazendo consigo a imagem da Virgem, e uma caixa com as relíquias de S. Brás e S. Bartolomeu.
Chegam ao seu destino a 22 de Novembro desse mesmo ano, quando encontraram uma igreja abandonada no monte Seano, actual monte de S. Bartolomeu. Separaram-se, para viverem como eremitas. O rei ficou no monte, o monge, instalou-se a 3 Kms, numa gruta no topo de uma falésia sobre o mar. Após a sua morte, a imagem terá permanecido escondida durante vários séculos até que foi descoberta por pastores que passaram a venerá-la.
D. Fuas Roupinho, alcaide-mor do Castelo de Porto de Mós, tinha por hábito caçar por aqueles lados. Conta a lenda que também ele descobriu a imagem e a venerou.
Ermida da Memória. Painel de Azulejos alusivo ao milagre da lenda. Foto da Wikipédia.

Algum tempo depois, a 14 de Setembro  de 1182, numa manhã de intenso nevoeiro, D. Fuas perseguia um belo veado, quando o vê desaparecer no precipício. Perante o perigo, terá pedido auxílio à Virgem, e o cavalo estacou na ponta do penhasco, salvando a vida do cavaleiro. Em acção de graças, mandou D. Fuas Roupinho construir a Ermida da Memória. Venerada desde então, a imagem teria dado origem ao nome do lugar - Sítio de Nossa Senhora da Nazaré. Desde então, ao local acorrem romeiros e peregrinos, mas devido à difíceis condições de acesso, passaram mais uns bons séculos até que o Sítio começasse a desenvolver-se. Para isso deu grande contribuição, a instalação de um elevador mecânico em 1889, para fazer a ligação ente o Sítio e a Praia.



As primeiras referencias à Praia da Nazaré, datam de 1643, pelo que se depreende que a sua ocupação é relativamente recente.
Só no século XIX, já depois das invasões francesas, se reuniram condições para que os pescadores começassem a instalar-se junto à praia. Anteriormente devido aos constantes ataques dos piratas argelinos e holandeses, os pescadores sentiam-se inseguros no areal, e refugiavam-se nas partes altas, Sítio e Pederneira. Apesar de nos meados do século XIX, a praia da Nazaré, já ser procurada para banhos, só na década de  60 do século passado o turismo descobriu verdadeiramente a Nazaré.
Hoje é uma vila moderna e animada, para o que muito contribuem a excelência das suas ondas para a prática de surf.  E por falar em ondas lembram-se do recorde estabelecido em 2011 por McNamara na Praia do Norte? Pois é, uma onda de 30 metros é obra..
Mas Nazaré é muito mais que Sítio e Praia da Nazaré.. Assim aconselho uma visita ao Forte de S. Miguel.



O Santuário de Nª Senhora da Nazaré que remonta ao século XIV,


Exterior e interior do Santuário de Nª Senhora da Nazaré

A Igreja Paroquial de Nossa Senhora das Areias, do século XVI,e  outros.  Uma visita ao Miradouro de Suberco, no Sítio, a 110 metros de altura que tem uma vista fantástica, à Praia do Norte,ainda o miradouro da Pederneira,
Miradouro da Pederneira. Foto da CM da Nazaré




 a Praia do Salgado e a Praia do Sul. Para os que se interessam por museus, existem três na Nazaré. Um etnográfico, um de arte sacra e o museu do Pescador.
Na Gastronomia, são vários os pratos típicos, todos na base do peixe.  A caldeirada  Nazarena, a sardinha, o carapau , a massa de peixe, a cataplana de peixe, o arroz, a açorda, e a cataplana de marisco. Na doçaria temos as Sardinhas, um folhado recheado de creme de ovos, Támares, uns bolinhos em forma de barcos,os Fóquins e os Nazarenos.








13 comentários:

  1. Buenas imágenes en un lugar con mucha historia.

    Besos

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  2. Olá, querida amiga Elvira!
    Não cheguei a conhecer Nazaré, mas sinto vontade.
    Lugar bonito r o miradouro é muito lindo.
    Tenha dias abençoados!
    Bjm carinhoso e fraterno

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  3. Olá Elvira
    Gosto muito da Nazaré e vou lá amiúde.
    Gostei de toda a informação histórica.
    Tive a sorte de um dia fotografar o McNamara e hoje soube que mais um recorde feminino foi conquistado por uma brasileira.
    Gostei das fotos.
    Abraço Elvira

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  4. Conheço razoavelmente. É uma terra maravilhosa !

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  5. Boa tarde Elvira,
    Gostei muito da sua narrativa sobre a Nazaré e as lendas.
    Estive no Sítio há poucos anos, (fui em peregrinação ao Santuário) mas já há bastante tempo que não visito a vila
    Uma lacuna que quando as coisas melhorarem gostaria de preencher.
    Um beijinho e uma boa tarde de domingo.
    Ailime

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  6. Sempre interessante conhecer partes importantes da cultura e riqueza de um país. Uma reportagem excepcional
    Beijinhos querida Elvira

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  7. Que imagens bonitas, Elvira!
    Senti vontade de apreciar aquela vista do Miradouro da Pederneira. Um abraço.

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  8. Uma vila lindíssima, que adorei revisitar neste belo post... e percorrer um pouco da sua história!...
    Deixo um beijinho, Elvira, e votos de um excelente fim de semana, estimando que estejam bem, aí desse lado!
    Tudo de bom!
    Ana

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  9. Voltei da minha segunda e última fase de férias deste ano.
    Felizmente correu tudo muito bem, visitei sítios maravilhosos, e constatei, uma vez mais, aquilo que sabia de sobra – Portugal é um país LINDO!
    Mas… acabou-se o que era doce 😊. No próximo ano haverá mais, assim o espero, e talvez que em condições mais favoráveis.
    Regresso, pois, e confesso que com muito prazer, ao vosso convívio.

    Gosto imenso da Nazaré, onde já fui inúmeras vezes. Gostei de ver as imagens e, sobretudo, ler toda a informação (preciosa) acerca dessa linda terra.
    Gosto também, imenso, de lendas, e esta é das mais bonitas que conheço (e conheço muitíssimas... exactamente porque gosto...).

    Desejo uma semana feliz
    Abraço
    MARIAZITA / A CASA DA MARIQUINHAS

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  10. Olá, Elvira!

    Ano passado a filha conheceu Nazaré e trouxe fotos lindas.
    Um passeio que com certeza vale muito a pena.

    Um abraço,
    Sônia

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  11. Olá, bom dia. Eu estou fazendo uma campanha para arrecadar fundos para voltar para minha terra. Porque estou com problema de saúde e gostaria de ficar perto da minha família. Desde já agradeço! muito obrigada... E se você puder colaborar clique no link abaixo:
    https://www.kickante.com.br/campanhas/lupus-fibromialgia-nao-consigo-trabalhar

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  12. Gosto muito da Nazaré!
    Obrigado pela partilha!!! Bj

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  13. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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