MICHELANGELO PISTOLEIRO, (1933)
DOIS RAPAZES NA FONTE (1962-1975)
Serigrafia sobre aço inoxidável polido, Lisbos, Museu Coleção Berardo
Os quadros espelhos do PISTOLEIRO, propõem-nos uma porta (em vez da tradicional que caracteriza a sua pintura) à escola do corpo inteiro, que nos convida à participação e à passagem, e não apenas à contemplação. Abandonamos assim, o papel de simples yoyeur, uma vez que nos vimos refletidos no espelho, a par das figuras físicas que o habitam. O contraste entre a efemeridade, do nosso reflexo no espelho e a permanência das fotografias, retoma a questão do duplo: tal como aconteceu com a fotografia, o espelho multiplica, reproduz e duplica, aplanando, mas desenvolvendo-nos profundidade de campo.
PAULA RÊGO (1935)
Mãe, série O CRIME DO PADRE AMARO 1997
Pastel sobre papel alumínio
Lisboa, Museu Calouste Gulbenkian (Coleção Moderna)
Nesta obra Paula Rêgo, ridiculariza o protagonista de "O Crime do Padre Amaro) romance de Eça de Queirós, um homem adulto infantilizado e efeminado, abandonado às ordens de mulheres de baixa condição, social e intelectual, e de semblante grosseiro, prova uma saia de mulher na costureira.
A realização desta série foi motivada por um convite feito em 1997, pela Dulwich Picture Gallery, que pretendia organizar uma exposição individual com obras novas.
A estrutura espacial dirige o nosso olhar, para um ponto de fuga que abre portas, a outros espaços, mas também valoriza o grande espelho existente.
Na obra da artista, a caracterização sarcástica de personagens oscila entre a subversão de puerilidade, a caricatura da grosseria, e a de núncia da vitimização.
Termina aqui esta série dedicada à exposição intitulada
"DO OUTRO LADO DO ESPELHO"
NO MUSEU CALOUSTE GULBENkIAN
Espero que tenham gostado