Santarém tem abrigado várias lendas acerca da sua origem. Uma delas está relacionada com a mitologia Greco-Romana e conta que o príncipe Abidis, fruto de uma relação do Rei Ulisses de Ítaca com a Rainha Calipso, foi abandonado pelo avô – Gorgoris, Rei dos Cunetas – que o lançou às águas do Tejo, dentro de uma cesta. Como por milagre a cesta que albergava o príncipe aportou na praia de Santarém, onde uma serva o criou. Tempos depois, Abidis foi reconhecido pela sua mãe, Calipso, tornando-se assim legítimo ao trono. A Santarém deu o nome Esca Abidis (“manjar de Abidis) e daí teria vindo o nome Escálabis. No segundo caso, à mártir Santa Iria, ou Irene, de muito provável ascendência peninsular. As duas origens marcaram profundamente os topónimos que ainda hoje são utilizados: Scallabis e Santarém (de Sant`Arein)”.
A conquista romana desta área inicia-se em 138 A.C., com a campanha militar de fortificação de Olisipo (Lisboa) e Móron por Décimo Júnio Bruto.
Seguindo a mesma linha, Júlio César cria, em 61 A.C., um acampamento militar em Santarém. A cidade toma nesta época a designação de Scallabis Praesidium Iulium.
No ano 715 passou para a posse dos mouros, que passaram a chamar-lhe Shantarin, fixando-se o nome em Santarém com a reconquista da urbe por D. Afonso Henriques em 1147.
Foi uma das principais vilas medievais de Portugal, tendo adquirido o estatuto de "Sempre Nobre e Leal"
No Século XVI encontram-se, ou relacionam-se com Santarém, grandes vultos da história de Portugal, como Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Fernão Lopes, e Martim Afonso de Melo ( Primeiro Europeu a chegar à China por mar)
Durante as Invasões Francesas, foi quartel-general da tropas lideradas pelo General Maassena, e sitiada pelo duque de Wellington em 1810/11. Sá da Bandeira, Passos Manuel, e Braamcamp Freire, são exemplo de liberais nascidos e ligados a Santarém.
Almeida Garrett irá imortalizá-la em 1846 com a publicação do livro "Viagens na minha terra" uma história de amor infeliz entre Carlos e Joaninha.
Resta-me recordar que na revolução dos Cravos, Salgueiro Maia com as suas tropas saiu da Escola Prática de Cavalaria em Santarém.
Possuidora do maior núcleo antigo do país, Santarém tem muito que oferecer ao seu visitante.
Vale a pena ver o jardim das Portas do Sol, construído no local do antigo castelo dos mouros, com os jardins rodeados das velhas muralhas medievais a fantástica vista sobre o Tejo, e a lezíria.
Conhecida como a "capital do Gótico", Santarém tem muitos e belos monumentos de que destaco alguns. A actual Catedral,antiga Igreja do Seminário em estilo barroco, datada de 1640, a Igreja da Graça, do século XIV, onde pode ver a pedra tumular de Pedro Álvares Cabral,
O Museu Arqueológico de São João de Alporão, a Estação dos Caminhos-de-ferro com os seus painéis de azulejo, a ponte D. Luís, a casa museu Passos Manuel, a Igreja de Santa Maria de Alcáçova,
altar da igreja de Alcáçova
e a Igreja de Marvila, entre muitos outros monumentos de interesse.
Na Gastronomia a Açorda de Sável, a Fataça na Telha e a sopa de peixe são alguns dos pratos mais apreciados. Mas a Massa a Barrão, o Bacalhau com magusto, ou o Entrecosto com arroz de feijão, sejam também uma boa opção. Acompanhados é claro com o bom vinho do Ribatejo.
Para adoçar a boca, temos uma panóplia de doces conventuais, à base de amêndoas, açúcar e ovos, de que destaco os Arrepiados, os Celestes e os Queijinhos do Céu.
Temos ainda o Pampilho, outro doce local criado em homenagem ao campino.