17/09/2019

DESTINO DE FÉRIAS - PENICHE - A CAPITAL DA ONDA


Hoje a minha sugestão vai para Peniche. Essa mesma, a cidade mais ocidental da Europa e em cujo forte, estiveram presas várias figuras, opositores ao regime político que vigorou em Portugal até Abril de 74. Entre eles estava Álvaro Cunhal, que com outros nove companheiros protagonizou a mais espectacular fuga de que há memória em Portugal. Claro que a fuga foi preparada ao pormenor no interior e exterior, mas quem visita o forte, sabe que por muito bem preparada que fosse, foi muito arrojada e sobretudo muito arriscada, já que se tratava de uma prisão de alta segurança, que os presos estavam no piso superior, que tinham de descer ao pátio do forte, o que fizeram utilizando o tronco de uma árvore, atravessar o pátio até à muralha exterior, a qual descem por uma corda feita com lençóis, para o fosso exterior do forte. Daí saltaram o muro que os separava da vila, onde os carros os esperavam para os locais anteriormente combinados. Ficou conhecida como "A fuga dos dez"



Diz a história que Peniche já foi uma ilha, mas o assoreamento ao longo dos séculos, transformou a ilha, na península que hoje é.


Cidade que vive essencialmente da pesca, o antigo porto junto ao forte mantém o pitoresco das zonas piscatórias. E se hoje Peniche é o maior porto de pesca tradicional do país, já ostentava esse titulo no 
reinado de D. Dinis.
Para quem se interessa por história, a Gruta da Furninha, tem muito a contar.


Conhecida como a capital da onda , Peniche possui lugares lindíssimos, praias maravilhosas, e óptimas condições para os desportos náuticos.


Em terra além do Forte, cuja construção inicial, data do séc. XVI, e que foi sucessivamente ampliado até ao séc. XIX, podemos visitar a igreja matriz (com azulejos do séc. XVII)a igreja da Misericórdia (com pinturas de Josefa de Óbidos) de S. Pedro, de Nª Srª dos Remédios, (com azulejos do séc. XVIII) e o Forte de S. João Baptista, na Berlenga grande.


A Baía entre o Baleal e Peniche e de rara beleza. Do lado norte a Praia do Lagide local excelente para a prática de surf e bodyboard, durante todo o ano. Do lado sul a Praia do Baleal, com um extenso areal e águas mais tranquilas.




A estrada para o Cabo Carvoeiro (o 2º mais ocidental da Europa) é de extrema beleza, pelo exotismo das suas rochas esculpidas pelo mar. Ao fundo podem ver-se as Berlengas embora não apareçam nas minhas fotos.


Na gastronomia abundante em peixes sempre muito frescos, podem deliciar-se com a maravilhosa caldeirada de Peniche, sardinhas assadas, Lagosta suada à moda de Peniche, e a maravilhosa sopa de peixe. E para sobremesa os Esses de Peniche e os Pastéis de Peniche.  


Aconselho uma visita à Fortaleza, ao seu Museu e aos ateliers de renda de Bilros.


Aconselho igualmente uma visita às Berlengas ilhas de maravilhosas paisagens, Reserva Natural, e ao Forte de S. João Baptista.



E a Praia da Consolação? Dotada de excelentes condições terapêuticas pela sua concentração de iodo é procurada por milhares de pessoas todos os anos. Ah! já me esquecia. A festa em honra da Nª Senhora da Boa Viagem, cuja procissão é feita em terra e no no mar em barcos lindamente engalanados na primeira semana de Agosto.
Então, vamos até Peniche?




Nota: Todas as fotos que utilizo neste post são minhas excepto as duas das Berlengas. A primeira é de Joana Andrade e a segunda, desconheço o autor. 

12/09/2019

DESTINO DE FÉRIAS - SANTARÉM - A CAPITAL DO GÓTICO


Santarém tem abrigado várias lendas acerca da sua origem. Uma delas está relacionada com a mitologia Greco-Romana e conta que o príncipe Abidis, fruto de uma relação do Rei Ulisses de Ítaca com a Rainha Calipso, foi abandonado pelo avô – Gorgoris, Rei dos Cunetas – que o lançou às águas do Tejo, dentro de uma cesta. Como por milagre a cesta que albergava o príncipe aportou na praia de Santarém, onde uma serva o criou. Tempos depois, Abidis foi reconhecido pela sua mãe, Calipso, tornando-se assim legítimo ao trono. A Santarém deu o nome Esca Abidis (“manjar de Abidis) e daí teria vindo o nome Escálabis. No segundo caso, à mártir Santa Iria, ou Irene, de muito provável ascendência peninsular. As duas origens marcaram profundamente os topónimos que ainda hoje são utilizados: Scallabis e Santarém (de Sant`Arein)”.


A conquista romana desta área inicia-se em 138 A.C., com a campanha militar de fortificação de Olisipo (Lisboa) e Móron por Décimo Júnio Bruto.
Seguindo a mesma linha, Júlio César cria, em 61 A.C., um acampamento militar em Santarém. A cidade toma nesta época a designação de Scallabis Praesidium Iulium.
No ano 715 passou para a posse dos mouros, que  passaram a chamar-lhe Shantarin, fixando-se o nome em  Santarém com a reconquista da urbe por D. Afonso Henriques em 1147.


 Foi uma das principais vilas medievais de Portugal, tendo adquirido o estatuto de "Sempre Nobre e Leal" 


No Século XVI encontram-se, ou relacionam-se com Santarém, grandes vultos da história de Portugal, como Pedro Álvares Cabral, Luís de Camões, Fernão Lopes, e Martim Afonso de Melo ( Primeiro Europeu a chegar à China por mar)
Durante as Invasões Francesas, foi quartel-general da tropas lideradas pelo General Maassena, e sitiada pelo duque de Wellington em 1810/11. Sá da Bandeira, Passos Manuel, e Braamcamp Freire, são exemplo de liberais nascidos e ligados a Santarém.
Almeida Garrett irá imortalizá-la em 1846 com a publicação do livro "Viagens na minha terra" uma história de amor infeliz entre Carlos e Joaninha.

Resta-me recordar que na revolução dos Cravos, Salgueiro Maia com as suas tropas saiu da Escola Prática de Cavalaria em Santarém.


Possuidora do maior núcleo antigo do país, Santarém tem muito que oferecer ao seu visitante.


Vale a pena ver o jardim das Portas do Sol, construído  no local do antigo castelo dos mouros, com os jardins rodeados das velhas muralhas medievais a fantástica vista sobre o Tejo, e a lezíria.


 Conhecida como a "capital do Gótico", Santarém tem muitos e belos monumentos de que destaco alguns. A actual Catedral,antiga Igreja do Seminário em estilo barroco, datada de 1640, a Igreja da Graça, do século XIV, onde pode ver a pedra tumular de Pedro Álvares Cabral, 

O Museu Arqueológico de São João de Alporão, a Estação dos Caminhos-de-ferro com os seus painéis de azulejo, a ponte D. Luís, a casa museu Passos Manuel, a Igreja de Santa Maria de Alcáçova, 

                                                   altar da igreja de Alcáçova
e a Igreja de Marvila, entre muitos outros monumentos de interesse.








Na Gastronomia a Açorda de Sável, a Fataça na Telha e a sopa de peixe são alguns dos pratos mais apreciados. Mas a Massa a Barrão, o Bacalhau com magusto, ou o Entrecosto com arroz de feijão, sejam também uma boa opção. Acompanhados é claro com o bom vinho do Ribatejo.
Para adoçar a boca, temos uma panóplia de doces conventuais, à base de  amêndoas, açúcar e ovos, de que destaco os Arrepiados, os Celestes e os Queijinhos do Céu. 
Temos ainda o Pampilho, outro doce local criado em homenagem ao campino.


E então vamos de férias para Santarém? 



fontes:  

Visita de estudo, como complemento da leitura do livro "Viagens na minha terra" de Almeida Garrett
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