Porque me pareceu que quem me visitou não conheceu o Santuário, muito embora já tenham andado por lá perto, julguei oportuno falar dele. Na primeira foto belos painéis de azulejos que se encontram no adro do Santuário. Consta que este era o mais importante local de culto antes das aparições na Cova de Iria. Hoje apesar de se encontrar a pouco mais de 1Km do famoso jardim Oriental do Berardo, acredito que a maioria das pessoas que vão ao Bombarral, visitar o jardim, se vão sem saberem do belo Santuário ali tão perto.
O texto que se segue foi retirado do site oficial do Santuário.
"O Carvalhal foi repovoado depois da reconquista de Óbidos aos Mouros em 1147, por D. Afonso Henriques. Em 1371, D. Fernando desanexou o Cadaval de Óbidos e o Carvalhal passou a pertencer ao concelho do Cadaval; em 24 de Outubro de 1855 voltou a pertencer a Óbidos e em 28 de Março de 1914, com a criação do concelho do Bombarral, passou a fazer parte do novo concelho. A Paróquia foi curato da apresentação do prior de beneficiados de Nossa Senhora da Assunção de Óbidos até à nova restauração pastoral do Patriarcado, já no séc. XX. O Santuário foi construído sobre as ruínas duma primitiva ermida dedicada a São Pedro de Finis Terra que ruíu com o terramoto de 1755. Entretanto, sem precisão de data, já a Imagem do Senhor Jesus fora recolhida na capela-mor da referida ermida que seria a primeira igreja paroquial. A Imagem do Senhor Jesus é duma beleza ímpar, envolve mistério e lenda, não se sabendo com exactidão a sua origem. Poderá admitir-se a hipótese de, na ocasião da reforma protestante na Europa Central, a Imagem ter sido lançada ao mar, como aconteceu em situações de radicalidade no movimento protestante, vindo a ser encontrada na praia de Peniche.
A lenda diz: "andava um pescador no mar de Peniche, eis senão quando, vê um caixote a boiar perto do barco, com muita curiosidade, arrasta o caixote para a praia e logo se faz ouvir uma voz: leva-me até poderes... O pescador, convencido que estava uma pessoa dentro do caixote, abriu-o e ficou surpreendido ao olhar para a Imagem do crucificado. Obediente àquela voz misteriosa, o pescador colocou a Imagem aos ombros e começou a caminhar na direcção para onde habitualmente ia fazer a venda do peixe. A Imagem não lhe pesava, mas quando chegou junto a ermida de São Pedro, tornou-se tão pesada que não conseguiu avançar mais. Foi ao casario que ficava próximo chamar alguém para o ajudar, mas o peso da imagem era tanto que resolveram deixá-la na Ermida. Logo se divulgou a noticia que naquela Capela estava "huma devota antiga imagem de Christo crucificado, pela qual Deus obra muytos milagres e he mui frequentada de devotos Romeyros das Villas circunvisinhas". Assim, ao longo do séc. XIX e início do séc. XX, o Templo ampliou-se, construiram-se as casas dos romeiros e outras acomodações para acolher os peregrinos. O sino mais antigo que se encontra numa das torres da igreja tem a data de 1737 com a seguinte inscrição: "Bone-Jesus-Miserere Nobis"; seria o único sino da primitiva igreja; os outros três sinos, da mesma torre, datam de 1862. A segunda torre foi construída por iniciativa do padre José da Costa Prata e concluí-se em 1909. O arvoredo do adro da igreja foi plantado em Abril de 1867. O coreto foi construído em 1895. Em 1910 o mesmo sacerdote adquiriu o terreno da parte baixa do Santuário, que arborizou e murou, ampliando assim, substancialmente, o recinto do Santuário.
Descrissão da Igreja do Santuário:
A igreja, de uma só nave, tem o tecto em madeira ornamentado com 15 painéis de florões, contendo o do centro os símbolos da paixão de Jesus. Na capela-mor está o Sacrário em talha dourada e um retábulo constituído por duas colunas coríntias, em madeira, entre as quais estão as imagens do Sagrado Coração de Jesus e Imaculado Coração de Maria, ambas em madeira policromada; ao fundo, em posição elevada, com acesso próprio, está o Trono trabalhado em talha dourada joanina, onde se guarda a veneranda Imagem do Senhor Jesus. Há uma capela lateral, onde se encontra a imagem do Senhor dos Passos, enquadrada num vistoso baldaquino dourado; na mesma capela podemos venerar as imagens de Nossa Senhora das Dores, Santo António, Santo Antão, Santa Teresa do Menino Jesus, São Luís de Gonzaga, Santa Rita, Santa Luzia, Nossa Senhora da Conceição e Santa Filomena; há ainda um altar túmulo com a imagem do Senhor Morto; nesta capela Celebra-se o Sacramento da Reconciliação. Em frente está o Baptistério com a antiga pia em pedra e o nicho dos Santos Óleos. Do mesmo lado, na parede, está um púlpito em madeira muito bem trabalhada. No corpo da igreja, de frente, estão dois altares, um com a imagem de São Pedro e o outro com a imagem de São Paulo. "
ESPERO QUE TENHAM GOSTADO