25/03/2018
PÁSCOA FELIZ
Etiquetas:
cidades portuguesas,
Datas comemorativas,
Páscoa feliz.
08/03/2018
DIA 8 DE MARÇO - DIA INTERNACIONAL DA MULHER
Um dia para lembrar os milhares de mulheres traficadas como escravas sexuais para os prostíbulos europeus.
Um dia para lembrar, que em todos os outros dias do ano, há mulheres desprezadas, violadas, espancadas, escravizadas e mortas.
PENSEM NISSO
05/03/2018
ANATOMIA DE UMA PINTURA
JOÃO GLAMA o pintor
Nesta ampliações de partes do quadro, poderão ver que o próprio autor se representa em duas cenas do mesmo quadro. Podemos vê-lo em primeiro plano no canto inferior direito
E no canto inferior esquerdo, vemos de novo o autor a ajudar uma mulher que terá sido atropelada pela roda de uma carroça.
Esta obra encontra-se em exposição no Museu Nacional da Arte Antiga em Lisboa. Onde está também uma interessante exposição subordinada ao tema, "As ilhas do Ouro Branco"
de que falarei numa próxima postagem.
Espero que gostem
Os dramáticos acontecimentos a
que o pintor João Glama, (1708-1792) assistiu, levaram-no a pintar a tela
conhecida como, “O Terramoto de 1755.”
Encenada como uma grande
panorâmica das várias catástrofes que destruíram Lisboa nesse dia de Todos os
Santos, - tremor de terra, incêndio e maremoto - , a pintura realça, algumas
das trágicas consequências vividas pela população. A recente intervenção do
restauro a que foi submetida conduziu a um renovado olhar sobre esta pintura,
na qual Glama trabalhou durante mais de 35 anos e ainda assim deixou inacabada.
Os documentos entretanto reunidos, permitem compreender melhor o artista e a
sua vasta obra.
Para os interessados por arte aconselho acederem a este link, e poderão ficar a saber, como se descobriu que a obra não retrata exatamente o terramoto, mas se trata de uma cena recriada pelo pintor que realmente estaria presente nesse dia em Lisboa, e também como se descobriu que apesar de não se notar, o quadro está inacabado.
https://www.dn.pt/artes/interior/terramoto-de-1755-historia-de-um-quadro-inacabado-9044493.html
Nesta ampliações de partes do quadro, poderão ver que o próprio autor se representa em duas cenas do mesmo quadro. Podemos vê-lo em primeiro plano no canto inferior direito
E no canto inferior esquerdo, vemos de novo o autor a ajudar uma mulher que terá sido atropelada pela roda de uma carroça.
Esta obra encontra-se em exposição no Museu Nacional da Arte Antiga em Lisboa. Onde está também uma interessante exposição subordinada ao tema, "As ilhas do Ouro Branco"
de que falarei numa próxima postagem.
Espero que gostem
02/03/2018
OS PAINÉIS DE ALMADA NEGREIROS
Um dos sítios por onde andei hoje. A Gare marítima da Rocha do Conde de Óbidos, um local cheio de história, por onde terão passado nos anos 60/70 a grande maioria dos mancebos portugueses. Por isso a grande maioria dos meus leitores portugueses, já os conhecem, mas eu não os conhecia.
O edifício da Gare Marítima, foi inaugurada em 1943. Terá sido construída, por dois motivos. Primeiro porque realmente fazia falta em Lisboa uma gare, já que os navios de passageiros não tinham um sítio decente onde desembarcar os seus passageiros. Segundo porque a Europa estava em guerra e Portugal que teoricamente era neutro, mas que todos os países sabiam que fornecia à Alemanha materiais volfrâmio, açúcar e tabaco, e por isso, Salazar precisava fazer algo que exaltasse o espírito português. Daí a construção desta sala de boas vindas, projectada e construída por portugueses, com mármores portugueses.
Para dar maior realce, ao edifício foram encomendados painéis de pintura a Almada Negreiros. Estes painéis pintados eram uma inovação já que até aí eram sempre feitos em azulejos.
Almada Negreiros terá então pensado em lendas que exaltavam o espírito português e para isso começou por um tríptico, que conta a lenda da nau catrineta, associada aos descobrimentos. Neste primeiro temos uma nau, com os marinheiros à mesa e os pratos vazios. Como sabem, eles deitaram sortes para ver quem matariam, a fim de terem de comer. E logo a sorte foi cair no capitão que pede a um marujo, que suba ao mastro, para ver se via terra, numa tentativa de escapar da morte.
Entretanto o gageiro terá sido possuído pelo demónio, e pede alvíssaras ao capitão. Este oferece-lhe sucessivamente, a mais formosa das suas três filhas, muito dinheiro, o seu cavalo branco e a nau catrineta, mas tudo ele recusa, dizendo que quer a alma do capitão. O capitão renega-o dizendo que a sua alma é só de Deus, e que antes dá o corpo ao mar.
Nesta pintura se pode ver a nau, as três meninas e o cavalo.
Vencido o demónio pela fé do capitão, eis que chegam a terra. Esta pintura mostra a chegada a terra. Reparem que apesar desta lenda ser relativa aos descobrimentos, o pintor usou para "vestir"as pessoas, roupas da época. Anos 40.
Este painel representa o milagre da Senhora da Nazaré. Penso que todos conhecem a lenda, mas reparem na pintura. D. Fuas Roupinho está vestido com um traje de cavaleiro tauromáquico. Os pescadores e as mulheres têm igualmente roupas da época, apesar da lenda ser do século XII
Neste painel intitulado, "A terra onde nasci" vemos Lisboa. Todos sabemos que Almada Negreiros nasceu em S. Tomé e Príncipe, mas apesar de ter viajado muito, ele adotou Lisboa como a cidade do seu nascimento. Neste painel vemos que Lisboa nesta época era quase rural.Temos aqui uma igreja com um marujo e uma "sopeira" ele vestido da cor do mar, ela da cor da terra, um grupo de gente que pelas suas roupas serão burgueses fazendo um piquenique, um pequeno casario e as colinas nuas de edifícios. Conseguem imaginar Lisboa assim?
E agora temos outro tríptico com o titulo "quem nunca viu Lisboa, não viu coisa boa"
E neste primeiro temos as carvoeiras, Que Maria José Valério tão bem cantou, desembarcando o carvão das fragatas no Tejo.
E porque Lisboa sem o Tejo não teria o encanto que tem, neste painel o rio é exaltado, dando nome a um dos barcos.
Por último nesta pintura , se enlaçam a cidade e o rio, Lisboa representada pelo Castelo de S. Jorge e a igreja da Sé, o rio pelos barcos e os pescadores que separam as cavalas dos salmonetes.
Gostaram?
O edifício da Gare Marítima, foi inaugurada em 1943. Terá sido construída, por dois motivos. Primeiro porque realmente fazia falta em Lisboa uma gare, já que os navios de passageiros não tinham um sítio decente onde desembarcar os seus passageiros. Segundo porque a Europa estava em guerra e Portugal que teoricamente era neutro, mas que todos os países sabiam que fornecia à Alemanha materiais volfrâmio, açúcar e tabaco, e por isso, Salazar precisava fazer algo que exaltasse o espírito português. Daí a construção desta sala de boas vindas, projectada e construída por portugueses, com mármores portugueses.
Para dar maior realce, ao edifício foram encomendados painéis de pintura a Almada Negreiros. Estes painéis pintados eram uma inovação já que até aí eram sempre feitos em azulejos.
Almada Negreiros terá então pensado em lendas que exaltavam o espírito português e para isso começou por um tríptico, que conta a lenda da nau catrineta, associada aos descobrimentos. Neste primeiro temos uma nau, com os marinheiros à mesa e os pratos vazios. Como sabem, eles deitaram sortes para ver quem matariam, a fim de terem de comer. E logo a sorte foi cair no capitão que pede a um marujo, que suba ao mastro, para ver se via terra, numa tentativa de escapar da morte.
Entretanto o gageiro terá sido possuído pelo demónio, e pede alvíssaras ao capitão. Este oferece-lhe sucessivamente, a mais formosa das suas três filhas, muito dinheiro, o seu cavalo branco e a nau catrineta, mas tudo ele recusa, dizendo que quer a alma do capitão. O capitão renega-o dizendo que a sua alma é só de Deus, e que antes dá o corpo ao mar.
Nesta pintura se pode ver a nau, as três meninas e o cavalo.
Vencido o demónio pela fé do capitão, eis que chegam a terra. Esta pintura mostra a chegada a terra. Reparem que apesar desta lenda ser relativa aos descobrimentos, o pintor usou para "vestir"as pessoas, roupas da época. Anos 40.
Este painel representa o milagre da Senhora da Nazaré. Penso que todos conhecem a lenda, mas reparem na pintura. D. Fuas Roupinho está vestido com um traje de cavaleiro tauromáquico. Os pescadores e as mulheres têm igualmente roupas da época, apesar da lenda ser do século XII
Neste painel intitulado, "A terra onde nasci" vemos Lisboa. Todos sabemos que Almada Negreiros nasceu em S. Tomé e Príncipe, mas apesar de ter viajado muito, ele adotou Lisboa como a cidade do seu nascimento. Neste painel vemos que Lisboa nesta época era quase rural.Temos aqui uma igreja com um marujo e uma "sopeira" ele vestido da cor do mar, ela da cor da terra, um grupo de gente que pelas suas roupas serão burgueses fazendo um piquenique, um pequeno casario e as colinas nuas de edifícios. Conseguem imaginar Lisboa assim?
E agora temos outro tríptico com o titulo "quem nunca viu Lisboa, não viu coisa boa"
E neste primeiro temos as carvoeiras, Que Maria José Valério tão bem cantou, desembarcando o carvão das fragatas no Tejo.
E porque Lisboa sem o Tejo não teria o encanto que tem, neste painel o rio é exaltado, dando nome a um dos barcos.
Por último nesta pintura , se enlaçam a cidade e o rio, Lisboa representada pelo Castelo de S. Jorge e a igreja da Sé, o rio pelos barcos e os pescadores que separam as cavalas dos salmonetes.
Gostaram?
Etiquetas:
Almada negreiros,
As minhas imagens.,
Gare marítima,
painéis,
pintura
Subscrever:
Mensagens (Atom)