31/01/2018

ALCOBAÇA - A SALA DO CAPÍTULO.



Uma sala muito interessante pela disposição dos seus arcos. Aqui seria uma sala, onde os monges se reuniam pela manhã, para lerem os capitulos das regras beneditinas, (daí o nome da sala) onde os monges decidiam sobre as tarefas diárias, porque recordemos a principal dessas Regras dizia que os monges deveriam repartir o tempo, entre o trabalho manual, intelectual e a oração.
Nesta sala se reuniriam assim uns cem monges que seria o número existente no mosteiro, embora a sala tivesse capacidade para o dobro.
Consta que no chão desta sala seriam sepultados os monges, mas se era verdade esses túmulos desapareceram com as últimas obras de reconstrução . No entanto à entrada da sala, mantém-se o tumulo de um abade. Existem várias versões, sobre esta sepultura. Uns dizem qyue seria um monge muito reverenciado pela sua santidade, que estaria ali como um exemplo, outros que teria sido muito importante e por isso teria escolhido ser sepultado ali, ou então que era tão humilde que quis ficar ali para ser pisado por todos. O mais provável, é que tenha ficado ali na entrada como recordação da antiga lei de 1180 que determinava que ali deviam ser sepultados.




As estátuas representam santos, anjos e monges. Esta representa S. Bernardo.


Cá está então a sepultura à entrada da sala.

28/01/2018

MOSTEIRO DE ALCOBAÇA - A SALA DOS REIS







Aqui o rei ladeado por S. Bento e S. Bernardo










Na parte de baixo das estátuas dos reis em terracota, encontram-se belos painéis de azulejos, onde se narram cenas de vida na época.
Por favor cliquem nas fotos para ampliá-las.
Este conta provavelmente a história da fundação da ordem de Cister. E digo provavelmente porque não nos foi explicá-lo e não consegui decifrar no pouco tempo que tinha, o português arcaico em que estava escrito, 










Uma panorâmica do teto.


Saimos desta sala, e entrando nos claustros podemos ver, o jardim 
Não vi o nome deste claustro que fica paraleli ao claustro da sala do Capítulo do outro lado do jardim. 
Seguimos por este claustro o de D. Dinis, assim chamado porque D. Dinis doou um couto ao convento porque queria ser sepultado neste convento.  Porém mais tarde, o rei D. Dinis manda construir, o Mosteiro de odivelas, da mesma ordem de Cister, mas feminino, e manifestou o desejo de ser sepultado, não em Alcobaça mas em Odivelas, desejo que lhe foi concedido em agradecimento por ter mandado construir esse mesmo mosteiro.
E então lá vamos nós pelo Claustro de D. Dinis, ou do silêncio, já que era percorrido pelos monges em oração estavam proibidos de entabular conversa entre si. Este claustro, construido entre 1308 e 1311, substituiu o primeiro que datava de 1240, e que se crê ter ruído. O sobreclaustro, por cima deste, com acesso por uma escada de caracol, foi construído mais tarde, no reinado de D. Manuel I
Sensivelmente a meio deste Claustro esta imagem da Virgem.  Inicialmente esta imagem estaria no alto da torre do Mosteiro. Com o terramoto de 1755, o mosteiro ficou bastante danificado. Esta imagem de terracota terá caído do alto da torre. A logica diz que ao cair daquela altura ficaria totalmente destruída, mas parece que assim não foi. Diz-se que ficou intacta como se ali tivesse sido depositada com todo o cuidado, o que foi considerado pelos monges como um milagre. Na reconstrução a imagem já não foi para a torre, porque se considerou que esta imagem não representaria Santa Maria, mas foi colocada aqui como mais uma imagem da Virgem a ser reverenciada.






Mais três fotos do jardim, e do próprio mosteiro, visto de vários pontos do Claustro


25/01/2018

OS AMORES DE PEDRO E INÊS

Por certo na internet, haverá toda a história deste mosteiro, mas eu vou--me limitar ao que ouvi na visita guiada, que efetuei ontem.
Então foi-nos dito que antes de Portugal ter sido reconhecido pelo Papa como país soberano, D. Afonso Henriques que queria acima de tudo a independência, e tinha recusado vassalagem ao rei de Leão, tinha um primo, Bernardo de Claraval, mais tarde S. Bernardo, um monge da ordem de Cister, que seguiam à letra a Regra de S. Bento, que consistiam em viver do trabalho, e da oração, sem acumular qualquer riqueza. Ora D. Afonso Henriques, terá oferecido  a S. Bernardo, os coutos na região de Alcobaça, em troca da intervenção de S. Bernardo que gozava de uma certa influência junto do Papa, para que este reconhecesse Portugal como país soberano e o próprio D. Afonso Henriques como rei de Portugal. Esta versão, não é única, já que em alguns escritos se diz que estes coutos foram dados para a construção do Mosteiro em cumprimento de uma promessa feita por D. Afonso Henriques, a Santa Maria se conseguisse conquistar Santarém aos mouros.
Bom o que interessa é que este Mosteiro data do século XII, com início da sua construção em 1178.

 Uma visão da fachada


  A parte principal da igreja.
 A porta de arcos não perfeitos, o que nos diz que estamos pernte um monumento de estilo gótico.








 A impressionante nave principal
 Uma das duas naves laterais.
 Esta a nave do altar O transepto que atravessa a nave, e dá a forma de cruz à igreja. Aquela onde se encontram os túmulos de Pedro e Inês. Esta foto foi tirada no trasepto norte onde se encontra o túmulo de D. Pedro.




 Não vou contar a história de amor entre os dois, pois penso que todos vós a conheceis, mas se assim não for, basta procurar na internet. Os dois tumulos foram mandados construir pelo próprio D. Pedro, aquando da morte de D. Inês, e segundo o seu desejo contam a história de vida deles e do seu amor. Aqui temos  a lateral do túmulo de D. Pedro.
No início, depois da declaração de Cantanhede, em que D. Pedro afirmou que teria casado em segredo com D. Inês de Castro em Bragança, fazendo-a coroar de rainha depois de morta, ele mandou que os dois túmulos fossem para o Mosteiro de Alcobaça, para a capela de S. Bento no Transepto sul. Ele juntar-se-lhe-ia quando morresse. D. Pedro acreditava, que no juízo final, ser-lhe-ia concedida a graça de viver com Inês o amor que não os deixaram viver na terra. E por isso queria estar a seu lado, poder estender a mão e agarrar na dela, quando chegasse a hora. Durante a Invasão Francesa do ano de 1810, os dois túmulos não só foram danificados de forma irreparável, como ainda foram profanados pelos soldados. O corpo embalsamado de D. Pedro foi retirado do caixão e envolvido num pano de cor púrpura, enquanto a cabeça de D. Inês, que ainda tinha cabelo louro, foi atirada para a sala ao lado, para junto dos outros sarcófagos. Os monges reuniram posteriormente os elementos dos túmulos e voltaram a selá-los. Após o ano de 1810, os túmulos foram sendo colocados em vários sítios da igreja, para voltarem à sua posição inicial no transepto, frente a frente, em 1956. Agora, os túmulos são o destino de muitos apaixonados, que muitas vezes os visitam no dia do seu casamento, para fazerem juras de amor eterno e de fidelidade defronte aos dois túmulos.


 A outra lateral, que se encontra como podem ver com uma parte danificada.   É que durante as invasões francesas, os túmulos foram abertos por se acreditar que teriam no seu interior além dos corpos, grandes riquezas.  Além da parte que não foi possível reconstruir, existem várias figuras, sem cabeças, braços ou pernas, que os soldados arrancaram para levar de recordação.
 Aqui, na cabeceira do túmulo de D. Pedro, a "roda da vida" que conta a história do encontro dos dois, desde a chegada de D. Inês como aia de D. Constânça a prometida de D. Pedro, até ao altar na parte final que simboliza o dia do Juízo Final. Por favor ampliem a foto e analisem as figuras. A propósito, vocês sabiam que D. Pedro era gago, e que se apaixonou por Inês quando ela lhe dava lições de como controlar o seu problema, para poder falar na corte sem constrangimento? Eu não sabia.


A imagem de Santa Maria, num nicho no transepto norte


 A impressionante parte central, onde se situa o altar


 Nossa Senhora e S. José


Santo António






Nossa Senhora, tendo por trás a representação da Ultima Ceia.




 Aqui temos a lateral que está mais ou menos intacta do túmulo de D. Inês. Retrata cenas da época.

 Aqui a história termina com o julgamento final .





Gostaram? No próximo post vou continuar a mostrar-lhes este mosteiro.
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