28/02/2018

MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE COZ - IGREJA - FAVAS CONTADAS

 Continuando com a visita à igreja de Santa Maria de Coz, pertencente ao antigo convento de monjas da ordem de Cister, vemos aqui um magnífico portal Manuelino está situado na parte do coro .
 Aqui em destaque os tetos da Igreja, que como podem observar são diferentes, nas suas gravuras. Trata-se de de 80 caixotões de madeira datados de 1718/1720 que representam temas iconográficos de espiritualidade cistercience.


 Aqui a parte da Igreja onde outrora era o coro das monjas.De destacar, além da azulejaria até ao teto, o  cadeiral do século XVII


E damos por terminada a visita, mas antes deixem-me que lhes conte uma história curiosa.  Segundo o guia, estas monjas que viviam em completa clausura, sob a supervisão de uma abadessa, tinham hábitos muito democráticos. Quando a abadessa, morria, ou por estar já muito idosa não conseguia cumprir a sua missão, aquelas que se julgavam capacitadas para o lugar, apresentavam a candidatura, e era marcada uma data para eleições. As monjas faziam então a sua campanha entre as companheiras até ao dia da votação que era secreta e se fazia do seguinte modo. Numa mesa eram postas duas ou três urnas consoante o número das candidatas que geralmente eram duas, mas às vezes chegavam às três.  Em cada urna era colocado bem visível o nome da candidata. Mas naquele tempo o papel era escasso e muito caro, pelo que não se podia estragar assim à toa.
Então no dia da eleição, depois da missa, cada monja, recebia três favas (no caso de serem três candidatas, duas se fossem só duas candidatas) Uma branca e duas negras., iguais a essas que aí estão. Cada monja ia até às urnas, colocava a fava branca na sua urna da sua eleita, e as negras nas outras. Terminada a eleição as urnas eram abertas na frente de todas, e ganhava a que tivesse mais favas brancas.  Conta-se que no final do séc. XV, houve uma disputa renhida, e as monjas estavam um tanto divididas. Ora estando umas quantas a discutir sobre quem ia ganhar, diz uma outra que ia passando. "Não vale a pena discutir. Quem vai ganhar é a irmã Maria. São favas contadas"
Diz-se que vem daí exatamente esse termo que usamos quando queremos dizer que já se sabe de algo


Na lojinha ao lado do Mosteiro, encontram-se à venda algumas coisas. Desde logo as famosos e tão saborosas maçãs de Alcobaça, mas também as tradicionais alcofas portuguesas, a quem já alguém chamou por graça as Louis Vuitton portuguesas.

23/02/2018

IGREJA DE SANTA MARIA DE COZ

 Do altar, um último olhar, antes de passarmos à Sacristia.
 A Sacristia, está toda decorada com belíssimos azulejos portugueses que contam a história de S. Bernardo. Neste primeiro, vemos a mãe do santo que repetidamente sonha com um cão que ladra. Com medo de que isso seja um mau agoiro para a vida do seu bebé, procura um ancião sábio em decifrar sonhos, que lhe explica que o seu filho, será como esse cão, nunca se calará contra os falsos doutores.

 Neste se retrata uma tentação. São Bernardo era muito jovem, quando lhe apareceram quatro belas meninas, e o santo que era de carne e osso sentiu pela primeira vez o apelo do corpo e do desejo. Para acabar com a tentação, o santo mergulhou o corpo ardente num lago gelado.

 Muitos anos mais tarde, o santo pratica caridade, numa das suas viagens pela província de Aquitânia, em França.



  Este painel representa a aparição do Menino Jesus a S. Bernardo.
 Aqui S. Bernardo  em Claraval dá de beber a um grupo de jovens que passa pelo Mosteiro

 Alguns jovens convertem-se e tomam o hábito de Monges.

 S. Bernardo, obriga Henrique, Rei de Inglaterra, a submeter-se ao Papa Inocêncio II

 A Virgem cura S. Bernardo

 S. Bernardo a caminho de Milão
Conta-se que S. Bernardo convertia muita gente. Então , um dia, quando o santo se deslocava de uma localidade para outra, numa carroça, o demónio por maldade quebrou-lhe a roda para que não prosseguisse a viagem. S. Bernardo, ordenou ao demónio que se adaptasse à roda a fim de prosseguir a viagem, e o demónio não teve força para resistir. Este painel representa assim o triunfo do Bem sobre o Mal. Infelizmente o reflexo da luz incide sobre a roda e assim não dá para que vejam a demónio dobrado de forma a fazer a roda.


20/02/2018

MOSTEIRO DE SANTA MARIA DE COZ





Coz é uma das mais antigas povoações dos Coutos de Alcobaça.
Reza alguma História que sete séculos antes de Cristo, terão fundado os fenícios, próximo de Alcobaça, uma colónia a que deram o nome de Coz, ou Cós, em memória da ilha com o nome de Kos, de que então eram senhores, pertencente ao arquipélago de Esporádes, nas proximidades das costas da Ásia Menor.
Segundo alguns historiadores a construção deste mosteiro data de 1279, pelo abade do Mosteiro de Alcobaça, D. Fernando, cumprindo assim uma cláusula do testamento do rei D. Sancho II.  Este mosteiro seria construído, segundo esse testamento, para albergar as mulheres viúvas que levassem uma vida religiosa. Estas assegurariam o bom funcionamento do Mosteiro de Alcobaça, e fizeram o Mosteiro de Coz evoluir até se tornar num dos mosteiros mais ricos da Ordem de Cister, no início do séc. XVI.


 O Mosteiro não foi fundado, mas antes "fundamentado" pela existência das "mulheres piedosas" desde o inicio do séc. XIII e pelo consentimento da Abadia de Alcobaça.A localização primitiva do Mosteiro na baixa Idade Média, permanece uma incógnita embora se creia uma implantação coincidente com as reconstruções posteriores. O Mosteiro sofreu várias obras de reconstrução, reformas e redecoração, ao longo dos séculos, sendo a maior depois do terramoto de 1755, que o teria deixado muito danificado. 



Com a extinção das ordens religiosas em 1833, as monjas tiveram que partir para o Convento de Odivelas, e o Mosteiro foi vendido a particulares.
Seguiu-se o saque e a ocupação dos espaços. Deste mosteiro atualmente só resta a igreja, pertencendo a fonte, o celeiro e a adega, que lhe estavam anexos, a particulares e estando o restante em ruínas, nomeadamente os dormitórios que podemos apreciar no exterior, num plano perpendicular à igreja. Nesta fotografia se pode ver o que fizeram do Mosteiro.

Nesta planta se pode apreciar como seria grandioso este monumento. Tudo que tinha valor aqui foi roubado e empregue em outras construções.
Por exemplo, neste palacete em Alcobaça, que hoje é  um Colégio, foram utilizados os claustros do Convento de Santa Maria de Coz.  Vamos então visitar a igreja.
A igreja é composta por uma nave única com o altar-mor uma posição mais elevada. A nave da igreja está dividida em duas partes por um arco e uma grade de clausura em talha dourada, que separa totalmente a parte reservada às monjas da parte reservada ao público.

 Esta grade separava as monjas do resto do público. Mas não se pense que era apenas esta grade. Não. Do lado delas havia um grosso reposteiro que impedia qualquer olhar para o mundo. Imaginem que na parte do mosteiro hoje destruído, havia uma sala onde o publico ia para negociar com elas. Porque o convento tinha terrenos e elas precisavam comer. Assim arrendavam esses terrenos a troco de legumes e frutas. Ora bem havia uma grossa parede, com alguns furos para que elas pudessem conversar com o visitante, mas para que ele não espreitasse do outro lado havia uma cortina. E quando o negócio era feito, havia na parede uma roda onde eram colocadas as coisas e assim passavam de um lugar para outro sem que se vissem ou tocassem

Este lado era aquele onde o padre ia rezar a missa, o que estava aberto ao público.
 E este o lado onde as monjas estavam. Enquanto a parte pública tem azulejos até  metro e meio de altura, aqui toda a nave está revestida de azulejos.

 Aqui os diversos altares laterais. Nossa Senhora de Fátima.


 Destaque para o Purgatório de Josefa de Óbidos.

Nos posts do Mosteiro de Alcobaça, falei-lhes de S. Bernardo. Uma lenda diz que S. Bernardo era tão Santo porque foi alimentado com o leite da Virgem. Esta pintura representa isso. Neste quadro vê-se a Virgem com a mão no seio, de onde sai uma linha branca que vai para a boca de S. Bernardo. Na foto não se vê bem, foi tirada com telemóvel, não havia grande luz e não se podia usar flash.

 O altar em madeira folheada a ouro.
 No qual se destaca uma sagrada família muito rara. Pensa-se que poderá ser única. Senão reparem. 

 A Sagrada Família é sempre representada com Jesus bebé ao colo da mãe. Aqui vemos um menino de uns três anos caminhando com os pais. 
 Pormenor das colunas

Sacrário
Fontes: Explicação do guia  
folheto do Convento

14/02/2018

14 DE FEVEREIRO - DIA DOS NAMORADOS - JARDIM DOS AMORES


E se em dia dos namorados, se exalta o amor, quem melhor em Portugal o terá feito que D. Pedro? Pois é de Pedro e Inês e do jardim dos amores em Alcobaça que este post fala. Mas antes vou falar-vos de um outro amor, que reza a lenda, deu o nome à cidade. Não se esqueçam, de ampliar as fotos para lerem a história.

E o Alcoa

E o Baça

 E aqui neste ponto se encontram e seguem enlaçados o resto do percurso. Aqui mesmo entre os dois, fica o jardim dos amores, onde reza a história, Pedro e Inês passeavam, trocando juras de amor, como o mais comum, como qualquer par de apaixonados.
E desta junção, nasceu Alcobaça


 Aqui nesta parede que ladeia o Baça um dos pequenos cofres onde se diz que Pedro e Inês escondiam as suas mensagens de amor

Aqui os tronos de Pedro e Inês a mulher que por amor Pedro tornou rainha depois de morta.
 Por detrás dos tronos um belísimo coração em ferro forjado.
 E aqui do mesmo material um outro coração sustem um banco de jardim, que terá substituído o banco onde os amantes se sentavam.



09/02/2018

CARNAVAL INFANTIL

 hoje trago-vos algumas fotos do desfile das escolas pré e básico do Barreiro. Numa terra que exalta o rio que a banha, e tem por ex-libris os moinhos o desfile tinha que ter por tema exatamente isso. Aqui a mãe água, simbolizando o rio.


 E claro que as profissões ligadas à farinha também tinham que estar representadas
 Há de tudo. Moleiros/as, Padeiros/as, Pasteleiros/as vendedores de pão, etc.



 Seguem-se vários grupos de moinhos










 Nem podiam faltar as ceifeiras. Afinal é preciso ceifar o trigo e centeiro para se obter a farinha.




 Mais moinhos
 E as pipocas. Estas são pequeninas que vão de carrinho.


 Estas já são maiores. Uns lindos pacotes de pipocas.
 Seguem-se os trajes regionais. Ou não fosse o Barreiro, uma terra que acolhe gente de todo o país e não só.




 Mas o Barreiro também é a terra de Augusto Cabrita, fotografo e cineasta que foi um dos melhores do mundo. E ele também foi homenageado com figuras de cinema.














 E claro que a classe operária não podia ser esquecida. Afinal aqui houve em tempos o maior centro operário do país.
 Gostava de saber o que representavam estes meninos.

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