25/01/2018

OS AMORES DE PEDRO E INÊS

Por certo na internet, haverá toda a história deste mosteiro, mas eu vou--me limitar ao que ouvi na visita guiada, que efetuei ontem.
Então foi-nos dito que antes de Portugal ter sido reconhecido pelo Papa como país soberano, D. Afonso Henriques que queria acima de tudo a independência, e tinha recusado vassalagem ao rei de Leão, tinha um primo, Bernardo de Claraval, mais tarde S. Bernardo, um monge da ordem de Cister, que seguiam à letra a Regra de S. Bento, que consistiam em viver do trabalho, e da oração, sem acumular qualquer riqueza. Ora D. Afonso Henriques, terá oferecido  a S. Bernardo, os coutos na região de Alcobaça, em troca da intervenção de S. Bernardo que gozava de uma certa influência junto do Papa, para que este reconhecesse Portugal como país soberano e o próprio D. Afonso Henriques como rei de Portugal. Esta versão, não é única, já que em alguns escritos se diz que estes coutos foram dados para a construção do Mosteiro em cumprimento de uma promessa feita por D. Afonso Henriques, a Santa Maria se conseguisse conquistar Santarém aos mouros.
Bom o que interessa é que este Mosteiro data do século XII, com início da sua construção em 1178.

 Uma visão da fachada


  A parte principal da igreja.
 A porta de arcos não perfeitos, o que nos diz que estamos pernte um monumento de estilo gótico.








 A impressionante nave principal
 Uma das duas naves laterais.
 Esta a nave do altar O transepto que atravessa a nave, e dá a forma de cruz à igreja. Aquela onde se encontram os túmulos de Pedro e Inês. Esta foto foi tirada no trasepto norte onde se encontra o túmulo de D. Pedro.




 Não vou contar a história de amor entre os dois, pois penso que todos vós a conheceis, mas se assim não for, basta procurar na internet. Os dois tumulos foram mandados construir pelo próprio D. Pedro, aquando da morte de D. Inês, e segundo o seu desejo contam a história de vida deles e do seu amor. Aqui temos  a lateral do túmulo de D. Pedro.
No início, depois da declaração de Cantanhede, em que D. Pedro afirmou que teria casado em segredo com D. Inês de Castro em Bragança, fazendo-a coroar de rainha depois de morta, ele mandou que os dois túmulos fossem para o Mosteiro de Alcobaça, para a capela de S. Bento no Transepto sul. Ele juntar-se-lhe-ia quando morresse. D. Pedro acreditava, que no juízo final, ser-lhe-ia concedida a graça de viver com Inês o amor que não os deixaram viver na terra. E por isso queria estar a seu lado, poder estender a mão e agarrar na dela, quando chegasse a hora. Durante a Invasão Francesa do ano de 1810, os dois túmulos não só foram danificados de forma irreparável, como ainda foram profanados pelos soldados. O corpo embalsamado de D. Pedro foi retirado do caixão e envolvido num pano de cor púrpura, enquanto a cabeça de D. Inês, que ainda tinha cabelo louro, foi atirada para a sala ao lado, para junto dos outros sarcófagos. Os monges reuniram posteriormente os elementos dos túmulos e voltaram a selá-los. Após o ano de 1810, os túmulos foram sendo colocados em vários sítios da igreja, para voltarem à sua posição inicial no transepto, frente a frente, em 1956. Agora, os túmulos são o destino de muitos apaixonados, que muitas vezes os visitam no dia do seu casamento, para fazerem juras de amor eterno e de fidelidade defronte aos dois túmulos.


 A outra lateral, que se encontra como podem ver com uma parte danificada.   É que durante as invasões francesas, os túmulos foram abertos por se acreditar que teriam no seu interior além dos corpos, grandes riquezas.  Além da parte que não foi possível reconstruir, existem várias figuras, sem cabeças, braços ou pernas, que os soldados arrancaram para levar de recordação.
 Aqui, na cabeceira do túmulo de D. Pedro, a "roda da vida" que conta a história do encontro dos dois, desde a chegada de D. Inês como aia de D. Constânça a prometida de D. Pedro, até ao altar na parte final que simboliza o dia do Juízo Final. Por favor ampliem a foto e analisem as figuras. A propósito, vocês sabiam que D. Pedro era gago, e que se apaixonou por Inês quando ela lhe dava lições de como controlar o seu problema, para poder falar na corte sem constrangimento? Eu não sabia.


A imagem de Santa Maria, num nicho no transepto norte


 A impressionante parte central, onde se situa o altar


 Nossa Senhora e S. José


Santo António






Nossa Senhora, tendo por trás a representação da Ultima Ceia.




 Aqui temos a lateral que está mais ou menos intacta do túmulo de D. Inês. Retrata cenas da época.

 Aqui a história termina com o julgamento final .





Gostaram? No próximo post vou continuar a mostrar-lhes este mosteiro.

23 comentários:

  1. É um belíssimo mosteiro e partilhou uma bela história de amor!bj

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  2. Gostei! Só que a letra é pequena para a graduação dos meus óculos! Mas gostei das imagens.

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  3. Boa tarde, excelente fotorreportagem do belo mosteiro, fiquei a saber mais alguma coisa com a bela partilha.
    Continuação de boa semana,
    AG

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  4. Olá... Estou por aqui agora, querida Elvira...
    Fotos muito bonitas, com detalhes e narrações históricas que valem a pena conhecer.
    Admiro os seus gostos e sensibilidades...
    Bjs

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  5. Fiquei fascinada. Obrigada pela partilha.

    Bjos
    Boa noite

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  6. Esteve bem pertinho de mim Elvira :) Bonito passeio

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  7. Muito bonito o Mosteiro! E os túmulos dos dois amantes mais conhecidos de Portugal umas verdadeiras obras de arte! Vale a pena vê-los ao vivo!

    Belas passeatas, amiga Elvira! Que bom!

    Beijinhos alcobacences...

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  8. Boa noite Elvira, não conheço o inteirior do Mosteiro e adorei ao pormenor as suas excelentes fotografias assim como toda a sua narrativa.
    Obrigada.
    Beijinhos,
    Ailime

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  9. Um passeio que vale a pena fazer...e ficar a conhecer o nosso portugal
    bjs
    Kique
    https://caminhos-percorridos2017.blogspot.pt

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  10. Já visitei o mosteiro 2 ou 3 vezes, mas nunca dei grande importância a estes pormenores. Se tiver outra oportunidade vou olhar para isso com outros olhos.

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  11. Una maravilla de trabajo, Elvira. Te puedes sentir orgullosa de tu país y de lo que hiciste por él.

    Abrazo.

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  12. bom dia
    É preciso ter muita vontade e gostar muito da cultura Portuguesa para apresentar um trabalho desta natureza .
    Parabéns
    JAFR

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  13. Tampouco sabia que era gago, mas sei que cantava bem e dançava nas ruas com o povo, quando não podia dormir.
    Uma aspecto importante, os dois túmulos estão situados de tal maneira para que, no momento do juízo final, ambos, ao incorporar-se, poderem-se ver-se mutuamente.
    Excelente trabalho fotográfico e de documentação.
    Tenho feito muito trabalho de divulgação, de estudo previo e pormenorizado, sobre este rei e o seu amor efêmero.
    Em Teruel, na capela dos amantes, faziam uma referência aos grandes amores da historia, tanto reais como os da ficção, e não estavam estes, os nossos. Fiz a correspondente reclamação e optaram por retirar tudo. Porque será? Passei de novo e ninguém me deu uma explicação.
    Parabéns e a seguir assim
    Um grande abraço

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  14. Grande trabalho. Direi até que é um belo trabalho jornalístico. Belas fotos.
    .
    * Adejam pétalas ... como lábios se beijando *
    .
    Deixando votos de um dia feliz
    Boa tarde

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  15. Admirável a sua capacidade de bem aproveitar este tipo de visitas !
    Uma verdadeira reportagem perfeitamente documentada.
    Excelente !!!

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  16. Ficou um trabalho muito interessante, Elvira.
    Gostei.
    Grande Abraço
    ~~~~~~~~

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  17. Da última vez que lá estive, tive oportunidade de apreciar ao detalhe os túmulos de Pedro e Inês, verdadeiras preciosidades a lembrar (quase) filigrana ! Pena um deles estar danificado, mas ,... como arranjar, hoje em dia, quem possa solucionar esse problema ?...

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    Respostas
    1. A gaguez, tal como aconteceu com (filme - "O Discurso do Rei, com Colin Firth) Jorge VI de Inglaterra e as dificuldades que enfrentou para contrariar a gaguez que o impedia de falar à nação.

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  18. Muito bonito e belas fotos.
    E as coisas que se aprendem. Eu, por exemplo, não sabia que D. Pedro era gago.....
    Bjs.

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  19. Olá, Elvira, belíssima postagem, explicou tim-tim por tim-tim!! (Gíria do Brasil). Que igreja magnífica, amiga. Valeu esta tua postagem!
    Beijo, um lindo domingo!

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  20. Olá, estimada Elvira!

    Excelente passeio, não fosse a perninha, mas enfim, andar é preciso.

    Sei por formação académica a história do Museu de Alcobaça e claro dos amores de Pedro por Inês e vice-versa. Conheço este magnífico monumento, mas fiquei sabendo mais pormenores com o seu post do que anteriormente tinha conhecimento.

    Já o visitei umas 2/3 vezes, mas não fotografo nada, aliás, não tenho máquina fotográfica, por opção. Qdo pego na de algum amigo/conhecido, não tenho o mínimo jeito para apanhar o que se pretende. Gosto de ficar com as imagens na minha retina. Tenho boa memória visual.

    Muitas fotos e muito pormenorizadas. Haja interesse, gosto e muita paciência.

    Beijos e bom fim de semana.

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  21. Majestosa... a arquitectura deste Mosteiro... bem como todo o seu historial... que adorei descobrir através dos seus posts, Elvira!
    Mais uma série de imagens notável!
    Beijinhos
    Ana

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