25/05/2018

CONVENTO DE S. FRANCISCO - ALENQUER

Não nos foi permitido ver todo o convento, Já que o mesmo se encontra atualmente ocupada pela Santa Casa da Misericordia que recuperou uma parte do convento onde instalou a ERPI, Estrutura Residencial Para Idosos. 
Alberga duas unidades residenciais distintas sendo que uma foi inaugurada no ano de 2013 em edifício moderno e de elevada qualidade, composta por 55 camas (8 das quais em quarto individual) e todos com WC privativo. 
 A outra unidade, integrada no antigo convento de São Francisco, encontra-se dividida em 2 alas. Uma em funcionamento com 34 camas (2 em quarto individual) e a outra, em processo de recuperação, com projeto para mais 24 camas. Logo, o que tivemos acesso foi à fachada, claustros e jardim.  Então aqui estão as fotos. 

Reza a história que este terá sido o primeiro convento franciscano em Portugal. A sua fundação, remonta a 1222 por ordem da Infanta D. Sancha,, filha de D. Sancho I o Povoador. Aqui o maravilhoso portal gótico da igreja de S. Francisco, única coisa que resta da primitiva igreja do séc. XIII. Mesmo ao lado, embora a foto mostre apenas o primeiro degrau nasce a escadaria que nos conduz à entrada do Convento. 



 Têm que ampliar as fotos a fim de lerem esta explicação da porta de entrada no convento, como para verem melhor os pormenores das mesmas.

Porta de acesso ao convento, hoje como disse lar de idosos.
Os belos claustros do convento


 P arte superior do portal manuelino de uma pequena capela no claustro, que ficou de alguma reconstrução quinhentista. No dia em que visitámos, havia trabalhadores a pintá-la.







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No ângulo noroeste do claustro existe um relógio de sol, de mármore fino de Génova, oferecido a esta casa pelo cronista alenquerense Damião de Góis, no ano de 1557. 

Mais de perto

Nesta perspetiva, vê-se que toda a parte superior do convento, onde seriam as celas dos franciscanos, foi com a remodelação envidraçada, de modo a dar mais conforto aos residentes.

19/05/2018

CONTINUANDO EM ALENQUER - CÂMARA MUNICIPAL

 Reparem no edifício da Câmara de Alenquer. Não é por acaso que é muito semelhante ao da Câmara de Lisboa. Não é por acaso pois as duas foram projetadas pelo mesmo arquiteto Domingos Parente da Silva.
O teto do átrio de entrada


Dois pormenores da escadaria que nos levou ao primeiro andar, à sala de reuniões, uma sala que é uma lição de história, e que vou mostrar em seguida. Peço desculpa, mas as várias fotos que tirei naquele local todas ficaram com mais ou menos manchas da luz dos vitrais.

O teto da sala de reuniões.
Muito se conhece da agitada vida deste príncipe dos poetas.portugueses, que ele próprio considera " a mais desgraçada que jamais se viu". Ignora-se no entanto,, o local do seu nascimento, daí que muitas localidades se perfilem para terem essa honra, Não falta mesmo quem por razões muito ponderadas, aponte  Alenquer, como  berço do épico português. No entanto até hoje não foi possível confirmar essa hipótese.
Mas a verdade é que Camões, em referências muito objetivas e concretas, menciona terras de Alenquer nos seus escritos.

Na estrofe 61 do III Cântico dos Lusíadas, :

"Alenquer (por onde soa
o tom das frescas águas entre pedras
Que murmurando lava)..."

No soneto. No mundo poucos anos...
"Criou-me Portugal na verde e cara
Pátria minha em Alenquer..."

Na carta da Índia:
"enfim Senhor... vivo mais venerado
que os touros de Merceana, e mais quieto que
na cela de um frade pregador"

Por esta e outras razões, um historiador dos nossos dias, escreveu a propósito do grande poeta:

" Não podemos dizer que Camões nasceu em Alenquer, no entanto sabemos que ele conheceu muito bem esta terra e esta região"

O escudo da vila que  é diferente do escudo no teto, porque o do teto era o da monarquia .





Aldeia Gavinha, pode mesmo orgulhar-se de ter ficado na história da vida de D. Manuel, pela pena do cronista Frei Jorge de S. Paulo, que a dado passo da sua "história de D. Leonor" viúva de D. João II, escreveu:

"...estando a Rainha no lindo lugar de aldeia Gavinha, aldeia mayor e mais fresca que tem Aldeia Galega da Merceana, em seu termo..." 

 e tendo conhecimento da próxima visita de soberano ao querer obsequiá-lo com uma refeição condigna escreveu ao seu Provedor 

"pedindo-lhe que a socorresse com alguma caça e de fresco para agasalhar a El-Rei D. Manuel, seu irmão, de que tinha mensagem certa da sua vinda" .

Foi este monarca grande protetor do Convento de São Francisco desta vila, dotando-o de grandes benefícios e melhoramentos.

Em Julho de 1510, reformou o velho foral de Alenquer, que a infanta D. Sancha tinha dado à vila no século XIII












14/05/2018

ALENQUER - MUSEU DAMIÃO DE GÓIS


                               


 IGREJA DE SANTA MARIA DA VÁRZEA
Também conhecida por Nossa Senhora da Várzea, o seu edifício encontra-se integrado no centro histórico, junto ao troço da muralha do Castelo, com o qual a antiga Judiaria confinava. Paróquia já em 1203, onde se incluiria o bairro da Judiaria, foi extinta e integrada na freguesia de Triana, em meados do séc. XIX, vindo a ficar devoluta e despojada, de objetos de culto.
Encerrada ao culto, rapidamente se precipitou a sua degradação, vindo a sofrer grandes obras de reconstrução, em finais do mesmo século, que não chegaram a acabar-se. Com estas mais do que a reabilitação do templo em si, pretendia-se dignificar a sepultura do mais insigne alenquerense, ali sepultado em 1574: Damião de Góis.
Com a adesão de Alenquer, à Rede de Judiarias de Portugal, em  setembro de 2011, sentida a necessidade de se encontrar um imóvel onde pudesse ser instalado um museu relacionado com a Judiaria de Alenquer acabou por surgir naturalmente como eleita para esse fim. A sua reabilitação veio assegurar a preservação do monumento em si mesmo e contribuir para a valorização do bairro em que se insere



Incontornável foi também a relação íntima de Damião de Góis com a antiga Igreja. Ali foi batizado em 1502,  e já perto da velhice, veio a comprar o direito de se fazer sepultar na capela-mor, onde fez construir um sumptuoso  túmulo onde foi efetivamente sepultado em 1574. Consequência da ruína da igreja, este túmulo veio a ser transferido, em 1941, com todos os seus elementos (a laje tumular, uma lápide armoriada, outra lápide com inscrição e escultura da cabeça de Góis,  uma janela com pequenos colunelos,  e o próprio pavimento), para uma capela tumular construída para o efeito na igreja de S. Pedro, classificada como imóvel de interesse público desde 1946.
Insigne alenquerense foi uma das mais notáveis vítimas da Inquisição a par com os judeus cristãos-novos. 
Na sua crónica de D. Manuel, relatou o massacre de judeus de Lisboa em 1506 e foi acusado e julgado pela Inquisição, por se considerar que se desviara da antiga fé da Igreja por influência de Lutero.  É interessante notar que algumas das acusações que sofreu, eram exatamente as mesmas de que eram acusados os cristãos-novos; comer carne às sextas-feiras ou ler livros proibidos.

CLIQUEM NAS FOTOS PARA AS  AMPLIAR, E LEREM TODA A HISTÓRIA , 
































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